A lenda atribui ao Mosteiro de Semide a capacidade de saltar dificuldades, próprias da época. Uma delas a “incapacidade” das gentes locais em pagar as “rendas” com dinheiro vivo e daí serem as cabras velhas “a moeda” mais à mão. Em tempos de S. Mateus a espécie “invadia” o mosteiro e como forma de cozinhar e preservar a chanfana ao longo do ano, foi aproveitar o vinho, o louro e os alhos para confeccionar a cabra velha e manter-lhe os sabores, com recurso a esse molho gorduroso, durante a permanência em caves, até ao seu consumo à mesa…
Longe vai já o século XIX, mas certo é que as lições e ensinamentos de outros tempos, funcionam e bem para apreciar uma boa refeição de Chanfana, em terras de Miranda do Corvo.
E que melhor oportunidade para esta visita e o sentar à mesa, num dos muitos restaurantes locais aderentes à iniciativa «Sabores da Chanfana» que vai decorrer entre os dias 21 de abril e 1 de maio ?!
O evento gastronómico que permite ainda conhecer outros pratos, sabores e episódios da história de Semide, é da responsabilidade do Município de Miranda do Corvo e conta com a preciosa colaboração da restauração e hotelaria do concelho. Esta é aliás uma acção que contribui para a afirmação da especificidade deste território, da valorização e promoção dos produtos endógenos, bem como a divulgação da Chanfana, mas igualmente dos «Negalhos» e da «Sopa do Casamento» três verdadeiros embaixadores do concelho e da região no quadro do património gastronómico nacional.
A economia local ganha com este evento, mas também mais ricos, ficam todos quantos têm vontade e se deslocam para aprofundar conhecimentos e degustar um pouco dessas referências da boa cozinha regional.
Miranda do Corvo é já ali, a meio caminho entre Porto e Lisboa e vai receber-vos, amigos leitores de braços abertos e mesa posta, quais “reis” de um novo tempo e dos prazeres da vida.
os Sabores da Chanfana, apreciam-se em Miranda do Corvo, de 21 de abril a 1 de maio
